Objectivo pedagógico: criar autonomia no aluno
Este tema tem a ver com o seguinte: qual o papel do professor, será resolver os problemas ou esperar que o aluno os resolva apoiando a sua resolução?
Tendo sido pressionado pelos alunos para fazer a correcção das questões no quadro numa dada turma, tenho-me questionado se o devo fazer, ou se devo continuar a acompanhar a resolução dos alunos, ou seja devo dar-lhes o peixe ou ensinar a usar a cana de pesca, isto é pôr a resposta no quadro ou fazê-los ler no manual / textos de apoio a matéria e procurar responder às questões.
A minha atitude tem sido a de ensinar a usar a cana de pesca, o que é mais fácil para o grupo de alunos trabalhadores, existindo, contudo, alunos que não o querem fazer ou têm dificuldades em fazê-lo. Os que não querem fazer são os que pedem a sua resolução para copiarem a resposta, mas este é o caminho do facilitismo, pois nada aprendem e como não trabalham perturbam a aula. Encontrar caminhos para a sua motivação é o caminho que às vezes se revela complexo, pois a sua desmotivação estará em problemas na família, ou na cultura do seu grupo, por exemplo, onde o professor tem pouca margem de manobra até porque exigem acompanhamento de especialistas. Contudo, deve tentar sempre fazer alguma coisa, pelo menos através de um diálogo franco e aberto, mas são casos para os serviços de psicologia.
Já os alunos com dificuldades e com vontade de trabalhar devem estar no centro da atenção do professor, ajudando-os a superar essas dificuldades, mas às vezes a sua lentidão é exasperante. O professor tem de continuar a tentar, sem pôr em risco a planificação existente. Para estes alunos dar a resposta, após um certo tempo de esforço individual, até para confirmar as suas respostas com a resposta exigida pelo professor, pode ser um caminho pedagógico e útil.
Assim, depois de dar tempo para elaborarem a resposta dar-lhes a resposta pode ser a atitude adequada, pelo que passei a fazê-lo, em turmas onde existem alunos com reais dificuldades e se esforçam.