Sobre a educação as notícias não são boas, esta área aparece como passível de mais cortes na reformulação das funções do Estado. Ora, para (2012/)2013 haverá na educação um corte de professores contratados significativo, que aliás se vai traduzir numa redução da despesa em dois dígitos (cerca de 11%). A única boa notícia é a vinculação de alguns contratados com bastantes anos de serviço, com base, consta-se, no conceito de quadros de zona pedagógica, para que este concurso não colida com o concurso quadrienal de colocação de professores, onde os colocados nestes quadros teriam de se candidatar também para obterem a escola onde exercer. Os encargos com salários neste ministério já foi reduzido em cerca 20%, descendo dos 80% para os 60%, com base na redução de pessoal e com base na manutenção do salário nominal (congelamento), o que se traduz na redução dos salários reais pelo valor da inflação verificada em cada ano (é o chamado imposto inflacionário).
Mas tudo isto numa altura em que aumenta a escolaridade obrigatória, o que devia levar a um aumento dos gastos, pois mais alunos permanecem no sistema, nomeadamente os das famílias carenciadas. Mas escolaridade obrigatória parece que não significa sensiblidade social, com a recusa de almoço (não de alimentação, leia-se lanche reforçado) a quem tem dificuldades. Ou seja, por um lado, o Estado impõe a permanência dos alunos no sistema até ao 12º ano, mas por outro lado, não ajuda as famílias a assegurar este desiderato, pois só lhe interessa a redução da despesa pública...
Por fim uma palavra sobre os rankings, estes passam a fazer algum sentido quando ponderados pelo ambiente sócio-económico de cada escola. Por outro lado, a comparação entre público e privado subsidiado pelo Estado, isto é privado que não pode fazer a seleção de alunos, mostra que não há grandes diferenças de resultados, aliás acontecendo mesmo que aparecem escolas públicas melhor que as privadas em alguns concelhos, por exemplo em Barcelos o colégio La Salle aparece depois de duas escolas públicas. A diferença entre escolas públicas e privadas reside pois no estrato social mais homogénio e elevado destas últimas e na seleção de alunos, que algumas públicas também tentam fazer...Por outro lado não faz sentido identificar as escolas com piores resultados e isto não se traduzir em meios para se ir solucionanado o problema, antes pelo contrário dá-se mais crédito de horas às escolas melhor avaliadas.