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CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

A captura pelos interesses dos professores da avaliação dos alunos

vai-teaosprofessores, 29.10.13

Na conversa com um colega este defendeu uma postura avaliativa dos alunos facilitista com base nos seguintes argumentos:

a) Quanto mais alunos tiverem insucesso escolar, menos escolhem aquele curso e podemos ir para o desemprego;

b) Gosto de tratar as situações pela positiva e quando um aluno promete que vai estudar, ajudo-o e passo-o.

c) A maior parte dos meus colegas pensa como eu.

Sobre o argumento a) é nitidamente uma captura da avaliação pelos interesses dos professores. O interesse dos alunos e das famílias é os alunos saberem e estar preparados para o mercado de trabalho ou prosseguimento de estudos. Além disso não se cria uma expetativa de rigor, antes de facilitismo nos alunos para a avaliação.

A resposta ao argumento b) é que um aluno que tenha uma atitude facilitista e é recompensado não vai esforçar-se para saber. Isto foi-me ensinado na profissionalização e na prática sabemos que este argumento não funciona, porque mesmo reprovando muitas vezes os alunos não mudam de atitude, ainda que noutros casos o aluno muda de atitude quando não há recompensa positiva, pois é uma oportunidade para refletir e arrepiar caminho.

Quanto ao argumento c) é do tipo «Maria vai com as outras», pelo que este colega não tem uma atitude reflexiva e o professor deve ter uma atitude de relexão constante e de análise das situações vividas para as poder modificar ou não, conforme as conclusões da sua reflexão.

O impato da carta à comunidade educativa

vai-teaosprofessores, 22.10.13

Após alguns meses e um processo disciplinar, que não deu em nada, está na hora de fazer um balanço da carta à comunidade educativa. A primeira questão levantada na carta, a questão disciplinar, alterou-se na escola, com o projeto educativo a referir como prioridade a questão disciplinar e após um mês de aulas o Sr. diretor mudou de atitude, começando a castigar os casos mais gritantes de indisciplina.

Quanto à questão do facilitismo nos critérios de avaliação não houve grandes alterações nos critérios de avaliação, mantendo-se a expetativa dos alunos de que não é preciso estudar muito para ter aproveitamento.

Sobre a cultura clientelar, mantem-se, mas agora com mais cuidados, as funcionárias já não servem o grupo de almoço do diretor à sexta-feira, nem os filhos dos senhores professores participam nesses almoços, como acontecia no ano anterior.

A denúncia pública desta situação permitiu algumas melhorias na escola pelo que a minha (nossa) intervenção valeu a pena.