A captura pelos interesses dos professores da avaliação dos alunos
Na conversa com um colega este defendeu uma postura avaliativa dos alunos facilitista com base nos seguintes argumentos:
a) Quanto mais alunos tiverem insucesso escolar, menos escolhem aquele curso e podemos ir para o desemprego;
b) Gosto de tratar as situações pela positiva e quando um aluno promete que vai estudar, ajudo-o e passo-o.
c) A maior parte dos meus colegas pensa como eu.
Sobre o argumento a) é nitidamente uma captura da avaliação pelos interesses dos professores. O interesse dos alunos e das famílias é os alunos saberem e estar preparados para o mercado de trabalho ou prosseguimento de estudos. Além disso não se cria uma expetativa de rigor, antes de facilitismo nos alunos para a avaliação.
A resposta ao argumento b) é que um aluno que tenha uma atitude facilitista e é recompensado não vai esforçar-se para saber. Isto foi-me ensinado na profissionalização e na prática sabemos que este argumento não funciona, porque mesmo reprovando muitas vezes os alunos não mudam de atitude, ainda que noutros casos o aluno muda de atitude quando não há recompensa positiva, pois é uma oportunidade para refletir e arrepiar caminho.
Quanto ao argumento c) é do tipo «Maria vai com as outras», pelo que este colega não tem uma atitude reflexiva e o professor deve ter uma atitude de relexão constante e de análise das situações vividas para as poder modificar ou não, conforme as conclusões da sua reflexão.