A análise dos rankings prosseguiu esta semana com a publicação dos resultados dos exames do ano 2012/13. O debate continua centrado na dicotomia escolas públicas versus privadas, com o governo a aproveitar para lançar o cheque-ensino, isto é, prosseguindo a privatização da educação, procurando alargar o ensino privado. Claro que aparentemente o ensino privado tem melhores resultados e a privatização do ensino provocará melhores resultados e assim aparentemente faz todo o sentido falar em privatizar a educação. Esta tentativa de alargar o ensino privado, já teve uma primeira ronda, com a constituição de turmas em que os privados foram favorecidos, através do limite de abertura de turmas no público, apesar do investimento em instalações. Agora surge o cheque ensino, como segunda ronda desta privatização.
Contudo, há outra forma de olhar para os rankings, estamos a comparar escolas com dimensões diferentes, há agrupamentos com mais de 3000 alunos, enquanto as escolas privadas não ultrapassam os 1000 alunos, ou seja a dimensão média das escolas privadas aproximam-se da dimensão das escolas em países com sucesso educativo e as públicas têm o dobro ou triplo da dimensão ideal. Veja-se o número de alunos a fazer exame nas escolas públicas e nas escolas privadas.
Nas escolas privadas aceitam-se vários tipos de gestão, enquanto na escola pública temos só a gestão unipessoal. Em face disto o meu caminho seria outro: reforçar a escola pública com a redução da sua dimensão e tornar a escola pública mais participada pelos professores e famílias. O caminho de amontoar alunos na escola pública, aumentar o número de alunos por turmas, parece a estar a dar maus resultados. A solução será arrepiar caminho em vez de enveredar pela privatização. Até parece que nos últimos anos se maltratou a escola pública para agora se defender a sua privatização (com o argumento de reduzir o défice)...