A escola como local de despejo dos filhos
Há um novo fenómeno nas escolas, não sei se já há algum tempo, mas eu sinto-o de forma mais aguda este ano. São aqueles alunos que não querem andar na escola, mas com a escolaridade obrigatória até aos 18 anos vêm à escola passar o tempo. No passado, desde a criação dos cursos profissionais sempre houve alunos deste tipo, mas em número reduzido, cerca de 3 a 4 por turma. Agora tenho uma turma de 30 alunos com cerca de 50% ausentes ou quando vão às aulas é para perturbarem. Nesta turma a grande maioria de alunos são alunos que não querem andar na escola e perturbam quem quer trabalhar. Estas turmas têm alunos absentistas, só no 1º período já houve uma dezena de planos de recuperação, há problemas de disciplina, há dificuldade em pôr os alunos a trabalhar, alguns estão na aula mas nada fazem...Ser professor nestas circunstâncias é um desafio e um desgaste tremendo para quem não se quer acomodar e resolver o assunto passando todos...Eu olho para a turma pelo lado positivo, os 8/9 alunos que ainda trabalham são o motivo do meu empenho e são esses que me dão animo para continuar, alguns com boas notas tive 2 dezassseis e 1 catorze.
Nesta turma aconteceu-me um caso parecido com o da internet com o telemóvel, em que uma aluna foi apanhada a jogar no telemóvel, recusou-se a entregar o telemóvel e foi mal educada e agressiva quando tentei tirar-lhe o telemóvel. Abandonou a aula e as coisas ficaram por aqui e agora espero que a direção aja. Portanto são turmas que tendem a ter casos de indisciplina graves. Espero que não haja facilitismo com a indisciplina, para podermos salvar os que ainda se empenham!