A problemática das praxes
Está na ordem do dia a discussão sobre as praxes, mais precisamente sobre os seus exageros. Eu estudei em Coimbra numa altura em que as praxes estavam abolidas por a academia estar de luto. Ou seja, os etudantes da altura entenderam que havia questões mais importantes do que as praxes na agenda do estudante: a luta pela democracia e depois pela sua consolidação, a preocupação com questões sociais e políticas no PREC. Mas, nos dois últimos anos de ensino universitário travou-se um debate sobre as praxes, existinto os que estavam contra, os que as queriam modificar para acabar com os seus excessos e os que a queriam manter como estava antes do luto académico. Ganharam os últimos, estando eu no grupo que queria modificar as praxes para perder o seu caráter elitista e de atos indignos sobre os caloiros, no sentido de falta de respeito pela dignidade das pessoas.
As praxes foram-se consolidando com os seus aspetos mais negativos a dominarem, como o predomínio do seu aspeto elitista e de pouco respeito pela dignidade do ser humano.
Está-se a chegar ao momento, fruto dos exageros que aparecem relatados, em que a opinião pública começa a questionar certas práticas e portanto a solução que defendi no final dos anos setenta começa a poder fazer o seu caminho, que na prática se traduzirá por haver um regulamento de praxes bastante restritivo dos atos permitidos e a atuação administrativa dos institutos universitários nos casos de abusos e da justiça uma vez que há violações claras da lei criminal, que o subterfúgio dos termos de responsabilidade não impedem a justiça de atuar, assim o precione a opinião pública.