Assim vai a educação
Aproxima-se o final do ano letivo e aparecem peças legislativas como o concurso para os quadros, a organização do próximo ano letivo, a discussão do calendário escolar, para só referir as mais importantes.
Começando com a última, concordo com a denúncia da subordinação do calendário escolar ao organismo que superintende nos exames, que veio criar perturbações no final do ano letivo, com um 3º período bastante curto, porque condicionado ao calendário religioso, e com bastantes quebras para exames e para corrigir exames. Para o ano algumas destas perturbações podem ser corrigidas, mas não acredito que se ignore o calendário religioso.
Sobre o concurso parece-me muito limitado nas vagas, podia-se ter ido mais longe, mas sabemos que a educação vai continuar a sofrer cortes e portanto para a lógica deste governo, devem só ter aberto vagas que fazem mesmo falta ao sistema numa perspetiva muito conservadora.
Quanto à autonomia, o atual modelo de gestão afasta os professores diretamente da escolha da gestão, pelo que esta é uma autonomia da gestão (da liderança) - para esta visão da autonomia só a liderança importa conjugada com um corpo docente domesticado - e não da escola e dos seus principais atores os professores, com a consequente quebra de motivação, que o recente estudo da UM, vem demonstrar.
Lembro aqui que está para sair legislação que proibe os funcionários públicos de falar sobre assuntos relativos ao seu local de trabalho, pelo que estarão em causa os blogs sobre educação, incluindo este, pois muitas das vezes escrevo sobre assuntos da escola e da educação.