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CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

CONTRAOFACILITISMO

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Os cursos vocacionais

vai-teaosprofessores, 30.09.14

Este ano sou codjuvante de um curso vocacional e ao fim destas duas semanas de aulas começo a compreender esta iniciativa educativa.

Acho que o principal objetivo é melhorar as estatísticas, oferecendo a alunos repetentes uma formação alternativa, mais profissionalizante e menos exigente, de forma a melhorar os resultados dos cursos normais uma vez expurgados dos elementos mais perturbadores e com insucesso escolar.

As aulas destas turmas são mais exigentes em termos de desgaste do professor, quer pela tendência para a indisciplina, quer por os alunos não assimilarem a matéria à primeira, tendo de haver várias repetições.

Dentro da escolaridade obrigatória cria-se um percurso escolar para os alunos de insucesso da trajetória normal, onde haja mais ligação ao mundo do trabalho, ao incluirem-se estágios e onde, a avaliação possa ser mais permissiva. Ou seja, cria-se um percurso que não interfira com as avaliações e que mantenha tendencialmente os alunos dentro da escola até aos 18 anos, o que também ajuda as estatísticas do desemprego.

O problema mais fácil de resolver é o da indisciplina, quer com a presença de dois professores na sala de aula ou com a turma dividida em dois turnos, mas o problema da motivação, esse não fica resolvido, mas contido nos seus efeitos sobre o sistema de ensino, quer aumentando o sucesso das turmas regulares expurgadas destes alunos, quer garantido matérias e conteúdos mais simples.

Concluindo, o que se faz é equivalente a varrer o lixo para debaixo do tapete, onde ninguém o vê, mas o que devia ser feito era reciclar o lixo, isto é, transformar o insucesso em sucesso.

De regresso às aulas

vai-teaosprofessores, 18.09.14

Este início de ano escolar foi bastante atribulado, por falha central, do ministério, na colocação de professores. Já não acontecia atrasos a entrar pelo mês de setembro há bastante tempo, estava eu colocado em Paredes de Coura, em que tive de ir lá diariamente assinar uma folha de presenças até terem saído as listas de colocação. Esta «normalidade» já não se repetia na última década. Depois temos o erro da fórmula com a bolsa de contratados, que ainda não está assumido, mas está em estudo...Com isto, das 4 turmas que tenho, ainda há um professor por colocar, quando escrevo este post.

Outra novidade foi a tentativa da direção da minha escola em ganhar aulas letivas à custa do artigo 79. Estas minhas 4 aulas não letivas passariam a letivas, se aceitasse desdobrar uma turma e ir para uma sala à parte, portanto transformando-se coadjuvação em codocência, o que não aceitei. A minha sindicalista de estimação, sobre este assunto remeteu-se ao silêncio. Quando o seu diretor atropela a lei, nada se passa, mesmo que seja para mandar um professor para psiquiatria...

De resto voltei a sentir aquela sensação óptima de ensinar e de lidar com a juventude, que muito me satisfaz e me faz continuar a ser professor, apesar das pequenas políticas, que me afastam dos cursos de prosseguimento de estudos, mesmo com os resultados do último ano a serem os piores dos últimos anos nessa disciplina e sem que a colega responável tenha sido afastada, quando, em contraste fui afastado no ano em que tive os melhores resultados da escola.