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CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

O adiar dos exames.

vai-teaosprofessores, 29.10.14

Está em cima da mesa, devido ao problema de colocação de professores, explicado pelo experimentalismo do ministério, portanto devido a um erro da equipa do ministério, político porque se quiz alterar os concursos de professores de forma centralizada para algo que é uma pseudo descentralização, a discussão de se adiar ou não os exames. 

Em primeiro lugar fica bem às pessoas assumirem as consequências dos seus erros. Sabemos que a educação reflete as diferenças culturais das famílias e portanto quem teve atraso no começo do ano letivo e vem de famílias de pouco capital cultural, precisa da escola para poder competir com quem tem capital cultural entre portas, isto é fora da escola. Este atraso pode ser mitigado com aulas suplementares, mas pode não ser recuperável, pelo que no mínimo se devia adiar por um mês os exames, para se criarem igualdade de oprtunidades. A manutenção das datas dos exames só favorece quem tem capital cultural na família ou capital financeiro para pagar explicações, as tais aulas extraordinárias (neste caso privadas) necessárias para recuperar o atraso.

Portanto, os políticos erram, quem paga são os estudantes mais desfavorecidos culturalmente e financeiramente!

Uma visão dos cursos vocacionais

vai-teaosprofessores, 21.10.14

Tenho este ano trabalhado com um curso vocacional e é sem dúvida muito difícil trabalhar com estes alunos, porque o principal problema a enfrentar é a indisciplina, com os alunos a fazerem ouvidos de mercador ao que o professor diz. Metade da aula é passada pelo professor a corrigir a atitude dos alunos, tendo sempre alguém qualquer coisa a dizer e a comentar, o que leva a constantes interrupções. Atuar ao nível deste problema é meio caminho andado para se lidar com a turma, mas ao fim de mês e meio parece que a única linguagem entendida pelos alunos é a dos castigos.

Quanto à parte de adequirirem conhecimentos, estas turmas não são muito diferentes das outras, pois há uma dezena de alunos que acompanham a matéria por si, mais outros cinco com a ajuda dos professores ou colegas, restando cinco que não se interessam, e como sempre um par destes pode ser resgatado com um apoio suplementar dos professores. De notar que estamos dois professores na turma e que uma vez identificados os alunos que não se esforçam, estes têm acompanhamento personalizado na fase de exercícios.

De qualquer maneira estas turmas são turmas de estudantes problemáticos e tenho dúvidas se este caminho é o melhor para tratar estes casos, ou seja se a guetização de alunos problemáticos, mesmo com recursos suplementares, como é o caso, é o melhor caminho. Não seria possível disponibilizar os recursos adicionais num percurso académico normal?

Continuam os problemas na educação porque se menospreza os professores

vai-teaosprofessores, 14.10.14

Fazendo uma crónica do que se passa na minha escola, ainda há professores por colocar, em matemática para só referir as disciplinas estratégicas.

Depois há casos de professores que se apresentam por alguns dias e depois optam por outra escola, julgo que se desligaram de um horário que era provisório, por o professor titular estar doente, optando por um horário anual, mesmo que incompleto.

Mas como já referi em post anterior foi a tentativa de dar poder de escolha às direções nas escolas com autonomia, dos professores a contratar, que criou o maior problema e esta opção é política e não técnica.

O que está por trás desta opção política, sem dúvida a tentativa de enfranquecer a Fenprof, e a ideologia da municipalização da educação. A tentativa de enfraquecer a Fenprof consubstancia uma visão da educação em que se menospreza o papel dos professores como parceiros estratégicos na educação. É uma visão da educação imposta de cima para baixo em que os professores são meros instrumentos dos visionários no poder. Mas os professores têm mostrado que não prescindem dos seus papéis de atores sociais. A municipalização da educação aparece como uma via para se reforçar os compadrios locais, desejada pelo poder local e pelos diretores.

UM COMEÇO DE ANO (A)NORMAL

vai-teaosprofessores, 07.10.14

Depois do nosso primeiro e seu adjunto para a educação, o Sr. Crato, anunciarem um ano normal na abertura do ano letivo lá para os lados de Viseu, os factos vieram demonstrar que houve uma abertura de ano letivo ANORMAL como já não se via nos últimos anos, se a memória não me falha, hà mais de uma década.

Quando se quer dar autonomia pela porta do cavalo, que é o que se passa com os recrutamentos para as escolas com autonomia, criam-se mecanismos que não são carne, transparentes ou seja baseados na graduação profissional, nem peixe, com autonomia, uma vez que para se introduzir essa «autonomia» cria-se um hibrído de graduação profissional com um inquérito, que nem sequer pode ser confirmado nas respostas dadas, ainda por cima mal operacionalizado pelas estruturas centrais.

Caros governantes sempre ouvi dizer que experimentar só nos é permitido enquanto crianças, mas os adultos têm que ter bom senso e aplicar situações já testadas, ou proceder a experiências controladas...

Estou solidário com a necessidade de se ressarcir os professores vítimas deste processo, porque embarcaram em despesas baseados na boa fé das pessoas e das instiuições - de mudança de residência. Havendo boa vontade política podem e devem ser indemnizadas sem recurso aos tribunais, sob pena de quem é responsável fugir às consequências dos seus atos, o que ainda vai minar mais a confiança dos cidadãos na classe política.