A propósito da municipalização da educação
A autonomia prometida foi tímida e condicionada pelo centralismo de Lisboa, pelo que poucas escolas aderiram a este processo, constatando que ainda continuavam tuteladas pela 5 de outubro.
Eis então que os do poder central, falhada a sua primeira tentativa de implodir os serviços centrais e depois dos escândalos da colocação de professores ensaiam outra saída, a municipalização do ensino. Se a nova via é a substituição da 5 de outubro pelos paços do concelho, muda-se simplesmente de controlador e a educação pode agravar o risco de ficar captada pela clientela partidária, mas agora a nível local e com esperança de redução de custos, mas todos sabemos que ao nível da contratação de professores se agudiza a injustiça, com mais contratações que fogem à atual graduação profissional.
Mas, há uma hipótese de se criar um outro paradigma os conselhos educacionais municipais como forma de gerir esta descentralização, em que intervenham no mesmo, sem predomínio de nenhum, o poder local, o poder central, os professores, os encarregados de educação e outras forças vivas do concelho, em substituição dos atuais concelhos gerais, que passavam a gerir todas as escolas de um território educativo, que pode ou não ser concelhio.
Se for este o caminho não me escandalizaria a municipalização do ensino, mas sem dependência direta do Presidente da Câmara.