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CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

Uma esperança de Natal e Ano Novo

vai-teaosprofessores, 22.12.15

Um novo ano se aproxima e depois de uma legislatura em que os professores foram «o cepo das marradas» do anterior governo, encaro o novo ciclo com esperança, pois para já está garantida a reversão dos salários, mas espera-se melhorias como concursos mais justos, novo modelo de gestão, um novo enquadramento para a reforma dos professores, para me referir às mais importantes.

O atual sistema de gestão parece-me um dos pontos em que tenho esperança que algo mude, pensando nos programas do BE e PCP, mas olhando para o PS e com desconhecimento do pensamento do ministro da educação, tenho dúvidas se alguma coisa vai acontecer, pois em caso de discordia entre os partidos fica tudo na mesma. Sou contra este modelo de gestão porque dele resultou um modelo mais musculado, com muito poder concentrado na Diretor, o que tem aumentado o compradio e caciquismo nas escolas.

Reparem que nada digo sobre a avaliação de professores, porque de facto este assunto não tem influenciado o funcionamento das escolas, com os escalões congelados e o modelo é relativamente inóquo, a não ser como afunilamento das carreiras.

Concluindo, tenhamoss alguma esperança, mas sejamos realistas pois do PS não há sinais de que vá descolar das suas anteriores posições, mais convergentes com a direita do que com a esquerda, nomeadamente no que respeita ao modelo de gestão, que de momento garante uma escola controlada em vez de uma escola democrática e participativa.

A nova conjetura política e a educação

vai-teaosprofessores, 14.12.15

Vivemos no final de 2015 uma nova conjetura política que resulta da tomada de posse de um novo governo, que parece ir de encontro ao meu pensamento sobre a educação. Desde logo o fim da PACC, que era uma prova sem sentido e demonstrativa da fraquesa do anterior ministro em mexer com os interesses instalados no ensino superior, pois, se há professores a mais diminua-se os acessos à universidade. Depois o fim da requalificação, que me parecia uma medida desumana para quem dedicou uma vida à educação. O fim dos exames, no quarto ano, concordo por os alunos serem muito novos e pelo enviezamento do ensino para os preparar para essa etapa. Quanto a outros exames, já não estarei de acordo.

Mas a coragem política vai ser mexerem na avaliação dos professores que não faz muito sentido e no modelo de gestão. Nestas áreas é que veremos se este governo é corajoso, ou se vai limitar, a fazer o mais fácil. Esperemos para ver.

A cultura de uma escola e a inflaçõa de notas

vai-teaosprofessores, 03.12.15

O tema da cultura em meios escolares foi tema da minha tese de mestrado e é-me útil para perceber o porquê de uma escola ter notas inflacionadas. A explicação estará numa prática que se generalizou nessa escola, quer de professores quer de alunos. Uma destas práticas é o copianço, facilitado por instalações desadequadas, como fazer testes para muitos alunos numa sala pequena, estando dois alunos por carteira, que permite a cópia entre si ou com recurso a cábulas, mesmo com provas de versos. A solução é disponibilizar salas adequadas e pôr mais professores a vigiar, aproveitando-se, pontualmente, professores em trabalhos de sala de estudo e biblioteca, para irem ajudar na vigilância de testes, que podem ser feitos em anfiteatros.

Outra prática cultura é uma certa «porosidade» entre a sala de aula e as explicações do aluno, em que o explicador prepara o aluno para um certo tipo de teste. Esta prática, permite identificar as explicações oficiosas, em que os explicadores sabem qual o tipo de teste a que o aluno vai ser sujeito e são recomendados pelo professor. Esta porosidade interessa ao explicador, que ganha fama de ser bom e ao professor que tem bons resultados. A solução para combater esta porosidade é haver por trimestre um teste feito pela direção ou departamento, por exemplo, a uma quarta feira, onde também haveria professores a vigiar, nas disciplinas onde aparecessem indícios de notas inflacionadas. Assim, pelo menos metade dos testes não seriam da responsabilidade do professor.

Aqui ficam dois dos problemas que identifiquei como estando na origem de notas inflacionadas e soluções para os mesmos.