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CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

Aparentemente há um debate público sobre indisciplina

vai-teaosprofessores, 17.03.16

Por estes dias os blogs têm vindo a debater a indisciplina e aqui neste blog por várias vezes já abordamos este assunto.

Começando por baixo cabe aos professores garantirem o bom funcionamento das aulas, intervindo em todos os casos no âmbito disciplinar e impondo as regras de bom funcionamento das salas de aula. Nem todos o fazem, ainda este ano um colega me confessava que em relação a uma turma já tinha desistido de os colocar na ordem. Isto é péssimo pois os outros professores terão mais dificuldades em lidar com estes alunos que têm maus hábitos enraizados. 

Depois há aquelas situações em que o professor cumpre o seu papel mas o diretor de turma desvaloriza e o caso fica sem efeito, às vezes com um mero raspanete. O professor disciplinador sai enfraquecido.

Mas quando o DT apoia o professor pode esbarrar na direção que entende nada fazer, nem sequer chama o aluno, porque considera o incidente pouco significativo.

Nesta cadeia é importante todos os elos terem uma postura de empenho no combate à indisciplina, o que nem sempre acontece. Quando o professor facilita, o caso restringe-se a uma aula, ainda que possa transbordar para outras disciplinas. Quando é o DT é toda uma turma que pode entrar em roda livre, quando este «deixar andar» atinge a direção é toda uma escola que passa a ter problemas de indisciplina.

Por fim referir que é oportuno avaliar a lei sobre o estatuto do aluno e aumentar o poder dos professores e introduzir processos mais expeditos no tratamento da indisciplina e a permissão de outras medidas disciplinares que não a suspensão da ida à escola. O trabalho comunitário é muito pouco aplicado.

Por fim lembrar que a resolução destes problema também passa pelas famílias em muitas situações, o que parece estar a ser contrariado com a ideia da escola como substituto da família e depósito de jovens, o que leva certos pais a desligarem da educação dos filhos e a atribuir os problemas dos seus educandos na totalidade à escola, o que mais não é do que desresponsabilizarem-se.

Alunos que não são estudantes

vai-teaosprofessores, 08.03.16

Hoje volto a falar da minha experiência nos profissionais e vou trazer à discussão dois episódios que já me aconteceram.

Num certo módulo tinha 6 alunos reprovados depois de feita a primeira recuperação. Por incentivo de uma colega resolvi repetir a recuperação. Na segunda recuperação passou um aluno, na terceira outro e na quarta ninguém. Conclusão: há alunos que em risco se esforçam e outros que não querem saber. Já agora todos os testes eram repetidos. Portanto, não vale a pena criar oportunidades para quem não quer

Outro episódio tem a ver com uma avaliação que era dominar um programa e produzir um trabalho com esse programa. Planiei haver um exercício para cada sessão de 3 tempos, que podia ser feito só num tempo. Havia tempo para a tarefa se realizar. Mesmo assim tive um aluno que nada fez, apesar de precionado a trabalhar.

Estes episódios demonstram que nos profissionais há alunos que frequentam a escola só para os pais não terem problemas com as CPCJ, não são estudantes são frequentadores de escolas

 

OE 2016 na especialidade: uma nova visão dos problemas da educação

vai-teaosprofessores, 01.03.16

Na audição do ministro da educação na AR foi apresentada uma nova análise do orçamento para 2016 em que se compara o orçamentado com o executado em 2015 e deste cotejo aparecem possibilidades reais de se melhorar a educação. Nesta perspetiva não haverá diminuição dos gastos em educação.

A ser verdade a conclusão a que se chega é que no governo anterior os cortes foram maiores que o orçamentado, pois só assim se explica uma execução orçamental muito abaixo em 5% do programado. Foi sempre a cortar no anterior governo no setor da educação, excepto para os contratos com o privado.

Outra boa notícias é o alargamento da educação pré-escolar a apartir dos 3 anos e o estudo de várias situações como a efetivação dos contratados com mais de 3 anos seguidos de contrato e o estudo da redução de alunos por turma. A limitação orçamental ainda em vigor imposta pelo pagamento da dívida, que representa 8 mil milhões em juros, impõe algumas cautelas nas soluções possíveis, mas acho positivo os assuntos serem estudados, além de que a pressão dos parceiros da coligação fora do governo garantem o empenho na procura de soluções e que estas comissões não sejam outra forma de se adiar problemas.

Mas como venho defendendo a mudança de exames para as provas de aferição só faz sentido se houver disponibilidade de se apoiar os alunos com fracos resultados nessas provas. Ora neste campo a solução pode ser encontrada na reformulação dos critérios para atribuição dos créditos horários, que também foi anunciada.

Concluindo a discussão do OE na especialidade esclareceu-me bastante sobre políticas educativas e tirou-me algumas dúvidas que tinha do documento na generalidade, falta passar à práticas estas boas políticas.