Alguns blogs, o meu quintal e Arlindo, já têm os resultados do PISA2015, que mostram uma melhoria em ciências, leitura e matemática. A questão é de quem é o mérito destes bons resultados?
Par mim são dos alunos e professores, na sala de aula, a principal explicação destes resultados. De seguida o que se passa dentro da escola, com uma lei de gestão que fomenta a imposição, que facilitou que os diretores deixassem de atribuir as turmas aos professores por antiguidade na escola, como acontecia e passaram a levar em conta os resultados dos alunos nas avaliações, ou seja, deixou de haver uma norma corporativa e passou a haver reconhecimento de competências. Sobre o que se passa dentro da escola, sou crítico do atual modelo de gestão, por afastar a democracia de dentro das escolas, o que fez desaparecer um papel (mais) interventivo dos professores e dos alunos, remetendo o papel destes últimos para a organização das viagens de finalistas. É um modelo que ensina a obediência e afasta o espírito crítico, com os departamentos a serem correias de transmissão da direção. Este modelo também fomenta a atribuição de turmas aos amigos da direção. Portanto, o balanço do atual modelo de gestão é negativo para mim, apesar de ter aberto portas, em algumas escolas para a escolha dos melhores professores para lecionarem certas turmas, as turmas com mais impacto na avaliação externa.
O que vem de fora da escola, dos políticos, só marginalmente tem tido impacto nestes resultados. Houve impacto quando se deu prioridade ao português e à matemática, resultado de planos de melhoria destas disciplinas e principalmente ao terem dado mais tempo no básico para estas disciplinas, ao permitirem, com esse tempo, mais disponibilidade dos professores para os alunos. O passo seguinte será reduzirem os alunos por turma, para que haja mais tempo para quem mais necessita de apoio extra. Tudo o resto, as metas, os programas, vêm de fora e tiveram pouco impacto. Os exames (ou provas de aferição) também tiveram impacto dando à gestão informação sobre como agir, quando não cedem aos amigos e apoiantes! Mas o que vem de fora da escola também tem criado perturbação nas escolas criando instabilidade com as alterações constantes com as mudanças de governo, em vez de deixarem os professores trabalharem num ambiente amigável e estável. Claro que também tem sido desmotivante o constante ataque aos professores, ou porque são uma classe que precisa de ser domada (muito contestatários), ou porque estão envelhecidos, a tirar lugar aos novos e a impedir a inovação no ensino, ou porque não são competentes, o que parece não ser o caso.
Concluindo, de fora têm vindo poucas melhorias, tem vindo instabilidade e um ambiente pouco amigável e mesmo de ataque aos professores, mas apesar disso, mesmo que de dentro a gestão tenda a ser impositiva e nalguns casos preferindo os amigos, os professores têm sido profissionais competentes e dedicados aos seus alunos, o que será a causa profunda desta melhoria de resultados.