Os concursos/reconduções de novos diretores
Apesar de um intenso debate de ideias sobre a democracia nas escolas ou o seu similacro, promovido por alguns blogs e pela fenprof, no país real continuam os concursos/reconduções de novos diretores, mas estão a acontecer novidades.
Uma delas foi a convocação de um referendo para saber se a escola aceitava a recondução deste diretor, pelo próprio diretor. O que está por detrás desta iniciativa, será a necessidade de uma democracia mais direta (?), será a necessidade de influenciar o Conselho Geral(?), ou outra? De qualquer maneira tudo o que seja por as bases a pronunciar-se parece-me positivo.
Já por outro lado muitos Conselhos Gerais (CG) passaram ao lado do apelo de alguns blogs para que aconteçam no mínimo concursos e debate de projetos, realçando o contraditório/alternativa como elementos centrais da escolha do diretor. De fato estão a haver muitas reconduções. Mas a que eu conheço que me merece reparo é haver recondução sem que haja eleições para o CG. Houve recondução do diretor e só depois haverá eleições para o CG. Isto, é a total inversão da lógica da democracia representativa, os novos representantes não terão oportunidade de se pronunciarem sobre o futuro diretor. Isto parece-me absurdo, porque basta imaginarmos eleições para a Assembleia da República que não irá ter a oportunidade de se pronunciar sobre o governo. Esta solução está nos atípodas da primeira que é o recurso à democracia direta, pois aqui nem democracia representativa há, a escolha pelas bases dos seus representantes não levará à escolha do diretor, apenas à sua fiscalização.
Concluindo, são as crenças de cada ator social que parecem estar a prevalecer, uns importam-se com a democracia direta, outros ficam-se pela democracia representativa e outros ainda, mandam às urtigas mesmo a democracia indireta, com o lugar assegurado independentemente da escolha dos novos representantes.