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CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

CONTRAOFACILITISMO

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O regresso das ideias do PS sobre professores titulares

vai-teaosprofessores, 13.12.17

Ao ler as últimos escritos dos deputados do PS Porfírio Silva e Paulo Trigo Perreira fiquei preocupado com a reversão de algumas medidas do centrão que eu achava que era possível ultrapassar nesta legislatura. Vejamos.

Para mim, já o escrevi algumas vezes, uma medida sem custos era reveter o atual modelo de gestão das escolas e introduzir maior democracia. O caminho seguido é da municipalização, com perda de autonomia das escolas. Este caminho está em curso e tem sido pouco visado pelos professores, mas basta ler o artigo do Filinto Lima, para perceber a preocupação dos diretores em se submeterem em muitos assuntos aos presidentes das câmaras.

Depois o uso do termo retroativos para caraterizar a pretensão dos professores de verem os anos congelados contarem para a progressão da carreira, demonstra pouco rigor, pelo menos, senão mesmo acintosidade para com os professores ao confundirem um termo que significa recuperar o que perderam em termos monetários, com voltar a considerar os anos congelados, paulatinamente, para progressão da carreira. Qualquer português médio compreende esta distinção e quando se o faz propositadamente pretende-se confundir a opinião pública. Queremos que haja recontagem dos anos congelados, não para recebermos mais em relação ao passado, mas progredirmos mais depressa no futuro, pelo que o termo retroativos é uma provocação.

Por último, Paulo Trigo Pereira, tirou da sua seara mais uma do centrão, aceitar discutir a recontagem do tempo perdido se os professores aceitarem o regresso dos professores titulares. A autonomia dos professores na sala de aula sofreria uma machadada final, pois passaríamos a ter uns iluminados que imporiam a todos os seus métodos pedagógicos. Os professores ficavam divididos em professores operários e executantes e professores inteletctuais e reflexivos. Não sei se estes deputados se dão conta que estão a voltar às táticas do Coelho de dividir para reinar / domesticar. Se insistirem com esta ideia talvez se reproduza nova manisfetação gigantesca de professores.

Concluindo, na educação, não espero reformas de esquerda pela mão do PS, como a gestão democrática das escolas e corre-se o risco de voltar a estar em cima da mesa o regresso dos professores titulares. Na educação temos um PS do centrão, com tiques divisionistas.

 

 

O problemática da indisciplina

vai-teaosprofessores, 05.12.17

Como tenho escrito algumas vezes, constato que algumas escolas públicas têm dificuldades em resolver esta chaga, enquanto nas escolas privadas parece que o problema é tratado com sucesso.

A indisciplina é um fator que impede o normal funcionamento da sala de aula, ao fazer o professor gastar tempo e energia a resolver os problemas de indisciplina, tempo e energias que deviam ser usados para transmitir ou consolidar conhecimentos. Os mais prejudicados são os alunos que querem aprender e não aprendem porque o professor se desvia da sua missão de ensinar para lidar com alunos indisciplinados.

Este problema devia ser um problema prioritário da direção, mas muitas vezes é somente tratado pelos diretores de turma, umas vezes por omissão outras por delegação de competências. Acho, contudo, que pelo menos os casos mais graves deveriam ser acompanhados pela direção para haver um poder institucional reforçado. As direções que se empenham e consideram este aspeto prioritário na sua ação, acabam por conseguir resultados positivos. Dentro das ações que se podem tomar para tratar da indisciplina, tenho de realçar que a medida de realizar trabalhos comunitários parece-me a mais eficaz, pelo realce social que provoca, mas há muita resistência a ser usada, quer por parte de algumas direções, quer por oposição dos encarregados de educação, que não querem ver os seus educandos a varrer pavilhões, a limpar vidros ou a ajudar nas cantinas e bares. Mas este mal é um problema societário, pois os tribunais também só marginalmente aplicam este tipo de penas e naturalmente a escola reflete a sociedade.

Concluindo, a indisciplina é o que numa escola mais pode prejudicar a aprendizagem e os alunos empenhados em aprender, pelo que este problema devia ser central e prioritário nas ações das direções.