O regresso das ideias do PS sobre professores titulares
Ao ler as últimos escritos dos deputados do PS Porfírio Silva e Paulo Trigo Perreira fiquei preocupado com a reversão de algumas medidas do centrão que eu achava que era possível ultrapassar nesta legislatura. Vejamos.
Para mim, já o escrevi algumas vezes, uma medida sem custos era reveter o atual modelo de gestão das escolas e introduzir maior democracia. O caminho seguido é da municipalização, com perda de autonomia das escolas. Este caminho está em curso e tem sido pouco visado pelos professores, mas basta ler o artigo do Filinto Lima, para perceber a preocupação dos diretores em se submeterem em muitos assuntos aos presidentes das câmaras.
Depois o uso do termo retroativos para caraterizar a pretensão dos professores de verem os anos congelados contarem para a progressão da carreira, demonstra pouco rigor, pelo menos, senão mesmo acintosidade para com os professores ao confundirem um termo que significa recuperar o que perderam em termos monetários, com voltar a considerar os anos congelados, paulatinamente, para progressão da carreira. Qualquer português médio compreende esta distinção e quando se o faz propositadamente pretende-se confundir a opinião pública. Queremos que haja recontagem dos anos congelados, não para recebermos mais em relação ao passado, mas progredirmos mais depressa no futuro, pelo que o termo retroativos é uma provocação.
Por último, Paulo Trigo Pereira, tirou da sua seara mais uma do centrão, aceitar discutir a recontagem do tempo perdido se os professores aceitarem o regresso dos professores titulares. A autonomia dos professores na sala de aula sofreria uma machadada final, pois passaríamos a ter uns iluminados que imporiam a todos os seus métodos pedagógicos. Os professores ficavam divididos em professores operários e executantes e professores inteletctuais e reflexivos. Não sei se estes deputados se dão conta que estão a voltar às táticas do Coelho de dividir para reinar / domesticar. Se insistirem com esta ideia talvez se reproduza nova manisfetação gigantesca de professores.
Concluindo, na educação, não espero reformas de esquerda pela mão do PS, como a gestão democrática das escolas e corre-se o risco de voltar a estar em cima da mesa o regresso dos professores titulares. Na educação temos um PS do centrão, com tiques divisionistas.