As propostas do Arlindo: comentários e contrapropostas
Estive à espera do conjunto de propostas para as poder comentar e ter uma visão holística. Antes de mais, obrigado por proporcionares este debate, Arlindo. Relembro que desempenho funções de coordenador de departamento, para justificar as minhas propostas alternativas em face da minha experiência.
Começo pela última, sobre a gestão, em que os professores elegem os coordenadores de departamento e estes o diretor, que acho uma via possível. Outra via é os professores elegerem os coordenadores de departamento e o diretor ser eleito no Conselho Geral, mas com legitimidades próprias e independentes. Eu prefiro a eleição direta quer de coordenadores quer do diretivo (colegial). O importante é haver eleições e concordo com a independência entre direção e coordenadores de departamento. Também acho que o presidente do CP deve ser eleito entre os coordenadores de departamento.
Depois a carreira docente teria segundo a proposta 5 escalões entre os índices 200 e 300, portanto havendo uma redução entre o início e topo da carreira de 2,2 para 1,5. Esta proposta é favorável aos professores em início de carreira e desfavorável aos do fim da carreira. A valorização das funções de direção com índices à parte não me parece feliz porque desvaloriza a função essencial do professor que é ensinar, além de valorizar a gestão. Rejeito-a pois não me escandaliza haver um diretor a ganhar o mesmo que um excelente professor na sua relação com os alunos. Além disso, ignora que muitos professores passam uma dezena de anos na pré-carreira. Depois a carreira seria de 40 anos quando por volta dos 30 se deveria atingir o topo. Portanto, os escalões deveriam ser de 5 anos no máximo. Haveria um índice de 180 para a pré carreira, em que o docente faria o período probatório. Depois os escalões seriam de 5 anos, entre os 200 e os 370 para todos. Contudo, aceito que os coordenadores de departamento e elementos da direção, receberiam pelos 340 enquanto estivessem em funções, se não tivessem atingido esse nível, com o presidente do diretivo nos 370.
Quanto à avaliação, a ideia principal é não se centrar no relatório de autoavaliação, pelo que a elaboração de um trabalho defendido perante um júri parece-me aceitável.
Concluindo, corrijo algumas das propostas do Arlindo, realçando a necessidade de democracia direta nas escolas, extensível aos alunos do secundário, que é uma forma de se combatera abstenção nas eleições que se realizam no país. A segunda ideia forte é discordar que a gestão é mais importante do que ser bom professor, que indiretamente está implícita na proposta do Arlindo.