Um cenário otimista para reorganizar o que resta do ano letivo.
Um cenário otimista para reorganizar o que resta do ano letivo
Entramos na 2ª semana de encerramento das escolas e as atividades com alunos são bastante mais reduzidas. Vejamos um caso de um aluno do 11º ano Ciências e Tecnologias, na primeira semana teve solicitação de atividades de 3 disciplinas, biologia, física e química e matemática, que lhe ocuparam cerca de uma hora diária. Na segunda semana teve solicitações de duas disciplinas, sendo que uma deles deu mesmo matéria, por videoconferência. Ou seja, as atividades através de videoconferência, em período de quarentena, foram bastante mais reduzidas, em média hora e meia diária, comparando com as 5 horas diárias, em média, com atividades letivas normais.
Portanto, mesmo com boa vontade dos professores houve bastante menos atividades diárias em relação ao dia passado na escola. Deu para mitigar a situação, mas não se pode comparar com a situação normal. Daí que se possa concluir que estar em casa e ter ensino à distância não permitiu acompanhar o ritmo natural de aulas em ambiente escolar, mesmo para os alunos sem problemas de acesso às tecnologias.
Isto é importante porque para os anos com exame é preciso acautelar um funcionamento regular da escola antes de se pensar em fazer exames.
Por outro lado, o pico da pandemia é esperado para finais de abril, pelo que é prováveis as escolas manterem-se fechadas até meados de maio, o que deverá dar, pelo menos, cerca de 6 semanas letivas, que precisam de ser recuperadas. Assim, teremos de ter alteração do calendário escolar de cerca de 6 semanas, o que seria possível com a primeira época dos exames em julho e a segunda época em setembro, como já em tempos se passava. Este será um senário otimista em relação à pandemia, que pode ou não verificar-se.
Subjacente está a questão da necessidade de haver exames, ora já defendi que com perfil do aluno o corolário lógico seria passar para o superior a escolha dos seus alunos e que faltou coragem à equipa da educação dar este passo. Teriam aqui uma oportunidade de ensaiar um novo processo de acesso, mas não acredito que entretanto a coragem tenha chegado.
Sendo cedo para se prever o que se vai passar não deixa de ser confrangedor estar a assistir ao completo apagamento da equipa da educação, durante esta crise. Ontem o Paulo Portas abordou o assunto na TVI e claro defendeu a manutenção dos exames, talvez agora venham à liça.