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CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

CONTRAOFACILITISMO

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Os professores e o futuro dos seus alunos.

vai-teaosprofessores, 11.03.20

O tema da semana é o covid-19, mas não escreverei sobre o tema, porque não o domino. O tema que irei desenvolver será o do professor como «canivete suíço» na visão do Guinote, ou o subjacente na carta dirigida por uma professora aos encarregados de educação, publicada no Comregras a 8/3, onde se escreve: «para o futuro de cada uma das crianças e de cada um dos jovens com quem hoje partilho os meus dias, só posso desejar o melhor: que sejam responsáveis, curiosos, amantes do saber, sensíveis, briosos, dedicados, capazes de abdicar de alguns prazeres para lutarem pelas suas convicções, participantes ativos e esclarecidos na sociedade e felizes, muito felizes».

Ou seja, o papel de professor extravasa o nível científico e pedagógico, entrando por zonas da psicologia e da sociologia e acima de tudo abraçando o humanismo, de querer ver cada aluno como um vencedor na vida, tal como desejamos para os nossos filhos.

É neste contexto que quero trazer hoje um caso concreto de um aluno que demonstrava absentismo, estava sempre a arranjar maneira de sair da escola, quando ia às aulas não estava atento e consequentemente tinha insucesso escolar. Este comportamento ainda se manteve até ao final do primeiro período, mas, depois muda, tornando-se um aluno cumpridor e que se esforça para obter resultados. O que esteve na alteração de comportamento: o esforço dos professores que nunca desistiram dele e o elogiaram, quando mudou de atitude; a atual namorada que o incentivou a mudar para construírem um projeto de vida; ou, a mãe, para quem o filho só lhe dizia a verdade, confrontada com assinaturas falsificadas, começou a acreditar na informação veiculada pela escola e agiu.

Qual foi o mais importante, a namorada que o afastou das anteriores amizades e do seu grupo de pertença, a mãe que caiu na realidade e reagiu positivamente às informações recebidas da escola, após um período de negação, ou dos professores, que nunca se desinteressaram, obrigando-o a cumprir as faltas injustificadas na biblioteca, que ameaçaram comunicar à CPCJ, o seu absentismo, lembrando que depois ele e a mãe teriam de ir a reuniões justificar o seu comportamento, além de tentarem compreender o que estava na base do seu comportamento? Acho que foram os contributos destes 3 fatores que provocaram a mudança. Ou seja, quando a escola, a família e namorada se unem o sucesso é possível. Houve aqui um misto de sanções, com reforços positivos e acima de tudo muito diálogo com o aluno e mãe.

Concluindo, são estes casos que dão a satisfação de dever cumprido e energia aos professores, permitindo-lhes enfrentar o lado negativo desta profissão, como a perda de prestígio social e a desvalorização da profissão pelos últimos governos.

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