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CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

CONTRAOFACILITISMO

Blog para debater ideias que recusem o facilitismo em educação.

O debate sobre a indisciplina

vai-teaosprofessores, 22.04.14

O livro da Filomena Mónica teve o mérito de colocar na ordem do dia o debate da indisciplina e para estar completo só falta referir o procrastinar dos alunos para se perceber o que é hoje dar aulas e as dificuldades com que os professores lidam no dia a dia das salas de aula, o que se tem procurado denunciar neste blogue.

Algumas participações televisivas vieram ainda potenciar mais este debate e mostrar à sociedade as dificuldades que os professores enfrentam na sala de aula.

Ontem foi a vez do Carlos Fiolhais falar sobre o ensino em geral e em particular sobre o superior destacando a meia dúzia de universidades que ficam entre as 500 melhores do mundo entre as 17000 existentes.

Em conclusão a sociedade estar consciente do que passa na sala de aula é um ponto de partida para se alterarem estes aspetos negativos do ensino existente, nomeadamente a burocracia para se lidar com as faltas.

A escola como local de despejo dos filhos

vai-teaosprofessores, 17.12.13

Há um novo fenómeno nas escolas, não sei se já há algum tempo, mas eu sinto-o de forma mais aguda este ano. São aqueles alunos que não querem andar na escola, mas com a escolaridade obrigatória até aos 18 anos vêm à escola passar o tempo. No passado, desde a criação dos cursos profissionais sempre  houve alunos deste tipo, mas em número reduzido, cerca de 3 a 4 por turma. Agora tenho uma turma de 30 alunos com cerca de 50% ausentes ou quando vão às aulas é para perturbarem. Nesta turma a grande maioria de alunos são alunos que não querem andar na escola e perturbam quem quer trabalhar. Estas turmas têm alunos absentistas, só no 1º período já houve uma dezena de planos de recuperação, há problemas de disciplina, há dificuldade em pôr os alunos a trabalhar, alguns estão na aula mas nada fazem...Ser professor nestas circunstâncias é um desafio e um desgaste tremendo para quem não se quer acomodar e resolver o assunto passando todos...Eu olho para a turma pelo lado positivo, os 8/9 alunos que ainda trabalham são o motivo do meu empenho e são esses que me dão animo para continuar, alguns com boas notas tive 2 dezassseis e 1 catorze.

Nesta turma aconteceu-me um caso parecido com o da internet com o telemóvel, em que uma aluna foi apanhada a jogar no telemóvel, recusou-se a entregar o telemóvel e foi mal educada e agressiva quando tentei tirar-lhe o telemóvel. Abandonou a aula e as coisas ficaram por aqui e agora espero que a direção aja. Portanto são turmas que tendem a ter casos de indisciplina graves. Espero que não haja facilitismo com a indisciplina, para podermos salvar os que ainda se empenham!

A socialização faz parte da escola.

vai-teaosprofessores, 15.11.12

Tenho uma turma dos profissionais que não gosta de cumprir horários e fazem gala de chegar atrasados 15 a 20 minutos. Durante a resolução de problemas, o aluno que vai ao quadro sujeita-se a ficar sem os seus materiais. Em conclusão só querem brincar e não aprender, mas nos cursos profissionais é suposto também aprenderem, ainda que matérias mais práticas.

Claro que comigo esta posturas dá problemas, os alunos atrasados têm falta e quem eu apanhe a bricar fica com falta disciplinar e abandona a sala para podermos trabalhar. Um destes dias um aluno no quadro não estava concentrado porque estava preocupado com os seus pertences, o que torna redundante a sua ida ao quadro para poder aprender.

Mas os alunos ainda esticaram mais a corda, combinaram, não se preocupando com o fato de estar a ouvir, só virem para a aula passada meia hora. Claro que não esperei por eles, marquei falta a todos ao fim de 15 minutos. Quando me ia embora encontrei-os na zona do bar e perguntei se queriam ter aula, compensando o tempo perdido ficando na sala no intervalo. Não quiseram, alegaram que seria melhor faltarem aos dois tempos, para poderem justificar a falta.

No tempo seguinte, cumpriram a sua estratégia e continuei sem alunos. A funcionária queria marcar-me falta, pelo que me dirigi ao diretor e expus a situação, tendo ele aceite que sumariasse, sem matéria, e que se convocassem os pais dos alunos.

Nesta situação o facilitismo não triunfou, porque tiveram um professor que os enfrentou e um diretor que agiu corretamente. Mas pergunto-me, sendo eles alunos do 12º ano, como chegaram a este ponto?

«Olhos nos olhos» sobre educação.

vai-teaosprofessores, 23.05.12

Uma colega de português foi chamada ao programa da TVI para falar sobre educação.

A sua 1ª mensagens tem a ver com a questão de quais as suas credenciais académicas, que por não ter mestrado é desvalorizada no MEC.

Somos os zecos que não têm opinião fundamentada por não sermos certificados com nível superior à licenciatura. De nada servem os anos de experiência e dedicação ao ensino.

A segunda ideia foi a inversão do tipo de ensino exigido para ser-se professor, de uma lógica de formação científica seguida de um complemento em pedadogia, didática, psicologia e sociologia, passou-se para o contrário, o professor tem uma formação sólida em pedagogia e afins e uma formação complementar na área científica...

Também foi positiva a explicação dada por os professores terem rejeitado a anterior avaliação, nomeadamente o peso dado às novas tecnologias nessa avaliação. Ainda que não tenha sido apresentada uma visão global dessa avaliação, que na minha opinião era extremamente burocrática e exigia um tempo de trefas administrativas e burocráticas que afastava o professor do essencial, prepara as aulas.

Foi ainda focado o estatuto do aluno que ainda não mudou, questão que tem a ver com com a indisciplina nas escolas.

EStes pareceram-me os pontos relavantes focados.